17 maio, 2011

Close the door, please


Meu celular toca. Ouço a Lady Gaga me inspirar a dar a resposta perfeita pra quem quer que esteja me ligando: I’m still in love with Judas baby! Essa mulher pode ser louca e tudo mais, só sei que ela tem o poder de me animar. Já se sentiu como se em nenhum segundo você conseguisse ficar em paz? Tem momentos na vida em que parece que em tooodo lugar estão te observando. Pais , irmãos, professores, chefes, amigos, inimigos, colegas, conhecidos, porteiros, vizinhos e outros seres.  Radares, câmeras, telefones, celulares, facebook, twitter e outras drogas da vida. Enfim sós! Quem nunca desejou ouvir isso atire a primeira pedra. P-r-i-v-a-c-i-d-a-d-e! É tudo o que mais quero pra hoje. Desligo o celular. Sinto algo tão bom.
  Uma vez eu decretei que eu teria um dia da semana sem comunicação com o mundo exterior. Nem mesmo online ou por telefone. Aí senti um pavor! Parecia que o mundo inteiro estava bombando ou se acabando e eu lá de mãos atadas sem participar do auê. Estava ficando pra trás. O “café-com-leite” da brincadeira. Meditação te faz se sentir toooda espiritual e tudo mais, mas falando sério, não dá mesmo pra ficar escutando música celta e bancando a zen o tempo todo né.
  Mas sendo suuuper sincera acho que só tem uma coisa no mundo que me faz parar no tempo. Ou melhor, uma pessoa. E talvez nem pra ela eu admita isso. Rá- não mesmo! Já pensou eu dizendo: “Daniel, meu mundo pode girar por muitas coisas, mas ele só para por você” ? Ai que patético! Parece mais uma das cantadas típicas de um fora na seção de micos da Capricho no blog do Jerri.
  Então vou aproveitar a minha gripe, ou melhor, a minha manhã. É tão feliiiz ficar doente só por um dia. É oficialmente o dia mais perfeito pra deixar a preguiça tomar conta. Matar aula, os pais preocupados mas nem tanto, os amigos solidários, mimos e mais mimos. Sem contar que você pode brincar de voltar no tempo passando a manhã toda de pijamas, enrolada no edredom na frente da TV assistindo desenhos. Se bem que eu nem tenho mais paciência pra assistir desenhos, a não ser The Simpsons ou Naruto. Então vou escolher uma das séries do estoque, Glee, Pretty Little Liars, Gossip Girl ou qualquer outro lixo teen reciclável, ou então rever os melhores episódios de Friends. Ai começo a me sentir superficial. Melhor escolher algum filme europeu, curta existencialista ou de filosofia oriental, nada de cultura americana ou consumismo maníaco. Que trágico! Isso não deixa de ser preconceituoso. Afinal, todas são expressões do comportamento humano dignas de serem analisadas né?
   Acho que eu li muito Alice no País das Maravilhas. Estou igualzinha a Alice. O tempo todo pensando coisas e discordando de mim mesma. Decretando vontades e me aconselhando. Aliás, sou uma ótima conselheira. Poderia até ser uma boa psicóloga um dia. Só que não sigo nada do que digo. Estou na verdade com tanto sono. Acabei esquecendo o outro efeito de estar com gripe e tomar analgésicos. Sono profundo do tipo pedra turning on. Eles fazem seus pensamentos desabarem em um efeito dominó que te derruba.  Ah não, em sonos pedra nem temos sonhos...
Bocejo, bocejo, bocejo... ZZZZZzzzzzz...

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Close the door, please de Brenda Ághata é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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